sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Algumas perguntas ao Bispo de Viseu


1. O Senhor D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu, deu uma entrevista saída hoje na revista Tabu (N. 171 – 18 de Dezembro de 2009, pp. 36-44), do jornal Sol, na qual afirma: “Não tenho nada a opor que dois gays, homens ou mulheres, queiram viver juntos. Respeito as opções de todas as pessoas.”. Donde, pergunto, a Sua Excelência Reverendíssima se respeita a opção:

a) De um pedófilo ter sexo com uma criança.

b) De dois irmãos, homens ou mulheres, praticarem actos sexuais entre si.

c) De uma mãe ter sexo com um filho adulto.

d) De um pai cometer actos sexuais com uma filha de maior idade.

e) De um casal, com mútuo consentimento, praticar o adultério.

f) De um homem casar, suposto o consentimento, com várias mulheres.

g) De um casamento poliamoroso (entre várias, mais do que duas, pessoas).

h) De se praticarem actos sexuais com animais.

i) De uma mulher abortar o seu filho nascituro.

j) De um marido espancar a mulher.

k) De uma mulher atenazar o seu marido.

l) De um tarado violar uma idosa.

m) De um racista discriminar pessoas de outra raça.

n) De um ladrão assaltar um banco.

o) De uma pessoa comer as fezes de outra.

p) De um terrorista fazer explodir bombas.

q) De um nazi matar judeus.

r) De um médico congelar embriões humanos e fazer experimentações com os mesmos.

s) De um médico cometer eutanásia, a pedido do doente.

t) De alguém cometer o “suicídio assistido”.

u) Etc.

Não pergunto a Sua Excelência Reverendíssima se não tem nada a opor a que um seropositivo não use preservativo nos actos sexuais a que se entregue porque aí o Senhor Bispo é taxativo, mostrando, inesperadamente, pouco respeito por quem tomar essa “opção”: “alguém que não evita uma relação, sendo seropositivo, está obrigado (cursivo meu) a usar um meio[1] que evite a propagação e a transmissão do vírus.”.

2. Gostaria ainda de perguntar a Sua Excelência Reverendíssima se a Igreja mudou, e quando, a Verdade que Jesus Cristo lhe comunicou sobre a indissolubilidade do matrimónio. De facto Vossa Reverendíssima depois de afirmar que a Igreja é contra o divórcio e de que o não aceita elenca várias situações ou “aspectos”, para usar a sua expressão, que sintetiza em quatro. Sobre este último, diz o seguinte: “… se não é possível[2] nenhum dos anteriores, a Igreja não quer, e não pode impor, um casamento que já não existe. Então se o divórcio é a única alternativa, a Igreja aceita que seja essa a decisão.”. O Senhor Bispo no primeiro aspecto já tinha considerado os casos de nulidade matrimonial. Agora fala de um casamento que aconteceu, real, verdadeiro, mas que pelos vistos desapareceu, dissolveu-se – “um casamento que já não existe”. De facto, se se afirma que já não existe, só se pode concluir que existiu. Portanto dissolveu-se, apesar de nenhum dos cônjuges ter morrido. Ora a Igreja, nas palavras do Senhor Bispo, não quer esse casamento que não o é (?) e, por isso, contradizendo o que tinha dito no início, afirma que aceita o divórcio.

3. Evidentemente que é possível que Sua Excelência Reverendíssima não tenha dito nada do que vem transcrito na revista e que tudo não passe de uma grande confusão da jornalista Liliana Garcia. Mas se assim for, deveria o Senhor Bispo desmentir e esclarecer as suas afirmações, uma vez que a sua repercussão só pode contribuir para uma maior confusão dos espíritos, com grave escândalo de muitos.


Nuno Serras Pereira

18. 12. 2009



[1] A pergunta era sobre o uso do preservativo.

[2] Antes, no segundo aspecto, tinha dito que “a Igreja acredita sempre na capacidade de conversão”. Agora pelos vistos, deixou de acreditar. Negar a possibilidade de Deus converter alguém parece uma negação da Sua Omnipotência.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Também enganarão o Papa?


1. Não tenho memória de um episódio eclesial tão sinistro e lamentável como o que foi protagonizado pelo Cardeal Bertone, aquando da inauguração da nova Igreja em Fátima, ao ser encaminhado, para dar a Sagrada Comunhão ao ministro Pedro Silva Pereira - grande promotor público da liberalização do aborto, até às 10 semanas, em Portugal, e agora co-responsável pela decisão tomada hoje pelo governo de legalizar o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo. Evidentemente que o Secretário de Estado da Santa Sé não podia suspeitar que os eclesiásticos presentes, incluindo Bispos, o estavam a armadilhar e, por isso, de boa-fé deu a Comunhão, em directo na televisão para todo o país, a um pecador público obstinado provocando, inconscientemente, um grande escândalo, ocasião de queda para muitos. Parece-me claro que quem é capaz de fazer uma enormidade destas a tal Eminência não fará cerimónia em fazer outra igual, aliás, sempre maior, ao Santo Padre. Pelo que se me afigura como muito avisado que, antes da visita do Papa a Portugal, alguém previna Sua Santidade daquilo que alguns membros da Igreja, cá, são capazes, de modo a evitar que tropece no laço que lhe estendam.


2. É muito triste verificar que ao longo de todo este processo que culminou na aprovação da proposta de Lei que legaliza o “casamento” civil entre pessoas do mesmo sexo não se ouviu nem a Conferência Episcopal nem nenhum Bispo a “afirmar com clareza o carácter imoral desse tipo de união; advertir o Estado para a necessidade de conter o fenómeno dentro de limites que não ponham em perigo o tecido da moral pública e que, sobretudo, não exponham as jovens gerações a uma visão errada da sexualidade e do matrimónio, que os privaria das defesas necessárias e, ao mesmo tempo, contribuiria para difundir o próprio fenómeno.”[1]; também, incompreensivelmente, nenhum Prelado denunciou o carácter gravemente injusto de tal legislação nem a ilegitimidade política e jurídica do governo ou da assembleia da república para legislarem sobre a matéria; outrossim não ensinaram que “ … se todos os fiéis são obrigados a opor-se ao reconhecimento legal das uniões homossexuais (“de modo claro e incisivo”[2]) os políticos católicos são-no de modo especial, na linha da responsabilidade que lhes é própria”[3], sendo que essa obrigação vincula a consciência e é moralmente grave; e como se compreende que se cale a descomunhão com a Igreja que resulta do comportamento omisso ou contrário a essa responsabilidade?

Depois, como justificar silêncios pesados de alguns e declarações, umas tontas, outras contraditórias, de outros?

3. Rezemos: “Deus vinde em nosso auxílio. Senhor socorrei-nos e salvai-nos”.



Nuno Serras Pereira

17. 12. 2009

[1] Congregação para a Doutrina da Fé, Considerações sobre os projectos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais, 3 de Junho de 2003, memória de São Carlos Lwanga e companheiros, mártires.

[2] Idem

[3] Idem

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Interview: The Vatican on Just vs. Unjust Discrimination Based on Sexual Orientation - Ban on adoption, marriage, even military are not unjust discrim

By John-Henry Westen

NEW YORK, December 15, 2009 (LifeSiteNews.com) - During a human rights panel discussion at the United Nations last week, Rev. Philip J. Bené, J.C.D., Legal Attaché for the Permanent Observer Mission of the Holy See to the United Nations, reiterated a little publicized position of the Vatican regarding "violations of human rights against homosexual persons."

The December 10 statement, which Fr. Bené sent to LifeSiteNews.com (LSN) says "the Holy See continues to oppose all grave violations of human rights against homosexual persons, such as the use of the death penalty, torture and other cruel, inhuman and degrading punishment."

The panel discussion on "Opposing grave Human Rights Violations on the basis of Sexual Orientation and Gender Identity" was co-sponsored by the Permanent Missions to the United Nations of Argentina, Brazil, Croatia, France, the Netherlands, Norway and Sweden.

"The Holy See," the statement added, "also opposes all forms of violence and unjust discrimination against homosexual persons, including discriminatory penal legislation which undermines the inherent dignity of the human person." According to the Holy See representative, the statement was a virtual repetition of a statement made last December before the UN General Assembly.

In a written statement, sent to LSN, Fr. Bené quoted from the documents of the discussion, to provide the essential context for the Holy See statement.

The purpose of the panel discussion was to "explore grave and extreme human rights violations and discrimination occurring on the basis of sexual orientation and gender identity. Such violations include attacks on the security of lesbian, gay, bisexual, and transgender (LGBT) people, extrajudicial, summary or arbitrary executions, the practice of torture and other cruel, inhuman and degrading treatment or punishment, and arbitrary arrest or detention."

"For this reason," said the Holy See representative, "while referring to our position on the concepts of sexual orientation and gender identity, our statement focused only on the above-named violations."

In a telephone interview with LSN Fr. Bené said, "Certainly the Holy See does not advocate that lifestyle, and certainly is against same-sex adoption and same-sex pseudo-marriage, I would call it."

Fr. Bené explained to LSN that "The Church distinguishes between just and unjust discrimination."

He used the example of his 10-year-old niece not being permitted to marry - a situation, which, although clearly discrimination of a kind, "is just discrimination, because she's not old enough." He added: "Discrimination is not a bad thing in itself, but it has been interpreted that way."

A 1992 Vatican document by the Congregation for the Doctrine of the Faith spelled out some of the areas in which such discrimination is permissible. "There are areas in which it is not unjust discrimination to take sexual orientation into account, for example, in the placement of children for adoption or foster care, in employment of teachers or athletic coaches, and in military recruitment," says the document titled Some Considerations Concerning the Response to Legislative Proposals on the Non-Discrimination of Homosexual Persons.


Obispos britanicos, Amenazados con penas de prisión - La ministra de igualdad británica quiere condicionar los requesitos para el sacerdócio católico

... Los prelados no podrán impedir que sacerdotes ordenados se casen con mujeres, ni que formen una unión civil homosexual, bajo los preceptos de la ley de igualdad que prepara la ministra británica de Igualdad, Harriet Harman. Los obispos no estarán capacitados para impedir que los sacerdotes se realicen operaciones de cambio de sexo, mantengan estilos de vida abiertamente promiscuos, o realicen cualquier otro tipo de actividades que sean reconocidas como formas legales de expresión sexual. ... «Los partidarios de esta proposición de ley, no entienden por qué la Iglesia no tiene mujeres sacerdotes y clero homosexual, pero quieren que los tengan», ha explicado. «Los partidarios están muy ideologizados. Les encantaría que un transexual pleiteara para seguir siendo sacerdote». ... Ler Mais